15.6.09

Pela privada

Acordei com uma vontade de transar, muito! Queria ter um caderninho na qual bastasse uma ligação: esta livre hoje? Sem nomes, medos, anseios, juras, planos, sonhos, nada. Apenas sexo. Apenas, não. Porque já é suficiente. Queria transar sem me preocupar se estaria dando prazer, na velocidade que eu bem entendesse e da maneira que mais me agradasse. Mas não queria um ser inanimado, com olhos languidos e pedintes. Gostaria de suar, de sentir o verdadeiro cheiro de sexo.

Sai pelas ruas e não via caras, apenas coito. Quando parava e olhava uma sinaleira vermelha já imagina a sexualidade latente. Atravessava as ruas querendo entrar em outros lugares. Não consegui trabalhar, através dos gráficos enxergava posições, nas palavras somente palavrões. Fui embora. Antes olhei pra trás e procurei uma cara lascívia. O elevador chegou. Não consegui não olhar para o espelho do teto e lembrar da volúpia.

No caminhou de volta, aceitei transar por várias vezes em meu pensamento, no entanto, notei que estava pensando baixo demais. Tirei a camisa. Abri o primeiro botão da calça e andei. Quando cheguei em casa o sexo não estava no sofá a minha espera. No banho, decidi acabar com esse sofrimento. Com o indicador e o polegar da mão direita peguei do chão aquilo que tirara minha tranqüilidade. Dei duas descargas na privada e o sexo tinha ido pra outro caminho.