18.8.13

Tatuando a arte do afeto

O cinema pernambucano me pegou pela primeira vez com “Amarelo Manga”, em 2002. Depois disso, persegui o cineasta Claudio Assis ávido a espera de mais histórias contadas sobre seu prisma.
Só em “Baixio da Bestas”, de 2006, soube que Hilton Lacerda, era o cara por trás dos roteiros desse novo fenômeno brotado no Nordeste. Daí a cair em “Árido Movie”, A Festa da Menina Morta” e a “Febre do Rato” foi um pulo.
E para coroar essa excelente fase do cinema produzido lá pra cima “Tatuagem”, a estreia de Lacerda na direção, teve sua primeira exibição no Festival de Gramado, que acabou esse final de semana, e levou o Kikito de melhor longa metragem brasileiro.



O filme conta a história do teatro Chão de Estrelas, grupo ligado ao deboche e à anarquia. Os personagens principais Clécio e Fininha iniciam uma relação homoafetiva diante deste pano de fundo, a ditadura militar durante o ano de 1978.  
Por essa atuação Irandhir Santos (de Febre do Rato também com Nanda Costa e seus pelos) colocou de baixo do braço o prêmio de melhor ator.
No discurso de premiação, Lacerda, de boca cheia, disse que “Tatuagem" é afeto, amor e amizade. E completou dizendo: “Queria dedica-lo à possibilidade de abrirmos outros olhares”.
Vida longa ao cinema pernambucano!