O cinema pernambucano me pegou pela primeira vez com “Amarelo
Manga”, em 2002. Depois disso, persegui o cineasta Claudio Assis ávido a espera
de mais histórias contadas sobre seu prisma.
Só em “Baixio da Bestas”, de 2006, soube que Hilton Lacerda,
era o cara por trás dos roteiros desse novo fenômeno brotado no Nordeste. Daí a
cair em “Árido Movie”, A Festa da Menina Morta” e a “Febre do Rato” foi um pulo.
E para coroar essa
excelente fase do cinema produzido lá pra cima “Tatuagem”, a estreia de Lacerda
na direção, teve sua primeira exibição no Festival de Gramado, que acabou esse
final de semana, e levou o Kikito de melhor longa metragem brasileiro.
O filme conta a história do teatro
Chão de Estrelas, grupo ligado ao deboche e à anarquia. Os personagens principais
Clécio e Fininha iniciam uma relação homoafetiva diante deste pano de fundo, a
ditadura militar durante o ano de 1978.
Por essa atuação Irandhir Santos (de Febre do Rato também com
Nanda Costa e seus pelos) colocou de baixo do braço o prêmio de melhor ator.
No discurso
de premiação, Lacerda, de boca cheia, disse que “Tatuagem" é afeto, amor e amizade.
E completou dizendo: “Queria dedica-lo à possibilidade de abrirmos outros
olhares”.
Vida
longa ao cinema pernambucano!