15.2.10

Enquanto o amor não vem

Enquanto o amor não vem
Continuo confiando nas cartas do tarô,
Desenhos corações flechados no espelho vaporizado do banheiro,
Contemplo o céu antes de dormir a espera de uma estrela cadente.

Enquanto o amor não vem
Fico sem saber se peço mesa pra um ou dois,
Leio rótulos de cerveja,
Acordo do lado de lá da cama.

Enquanto o amor não vem
Evito andar de roda-gigante,
Passo dias de pijamas
Compro cravos ao invés de rosas.

Enquanto o amor não vem
Tenho certeza que o Se morreu de Quase,
Arrumo o cabelo antes de dobrar a esquina,
Brinco de dardo.

Enquanto o amor não vem
Deixo-me solto como crianças arteiras em uma rua sem saída,
Troco seis por meia dúzia,
E sigo beijando de olhos abertos.

6 comentários:

Dona ervilha disse...

É certo que ele virá, e depois, você também virá aqui e fará uma poesia "Agora que o amor chegou", combinado?
Beijo

Paulo Rogério de Souza disse...

Dona Ervilha, combinadíssimo. Que venha o amor!

Tony disse...

Enquanto o amor não vem...
Alimenta-se a fé nele pra que a mesma não desfaleça de inanição!rsrs

Bacana seu texto, cara! Certos anseios são fontes geradoras de verbos que saem do íntimo... e o amor certamente figura com talento entre os temas de profundidade simplista! Show!

Paulo Rogério de Souza disse...

Obrigado pela visita e pelas palavras, Tony.

Nádia Lopes disse...

ah, enquanto o amor não vem...eu esquento e acalmo o corpo com chá de erva-cidreira...já pensei em por anúncio no jornal e luminoso, tenho certeza que minha alma gêmea é muito distraída...O amor vem, espero há anos, mas como coloquei o coração em banho-maria segue quentinho e esperançoso.

Paulo Rogério de Souza disse...

Nádia, adorei a do banho-maria. Você é uma ótima sócia, pois dá dicas valiosas!
Sigamos na espera!
Bjs!