Enquanto o amor não vem
Continuo confiando nas cartas do tarô,
Desenhos corações flechados no espelho vaporizado do banheiro,
Contemplo o céu antes de dormir a espera de uma estrela cadente.
Enquanto o amor não vem
Fico sem saber se peço mesa pra um ou dois,
Leio rótulos de cerveja,
Acordo do lado de lá da cama.
Enquanto o amor não vem
Evito andar de roda-gigante,
Passo dias de pijamas
Compro cravos ao invés de rosas.
Enquanto o amor não vem
Tenho certeza que o Se morreu de Quase,
Arrumo o cabelo antes de dobrar a esquina,
Brinco de dardo.
Enquanto o amor não vem
Deixo-me solto como crianças arteiras em uma rua sem saída,
Troco seis por meia dúzia,
E sigo beijando de olhos abertos.
6 comentários:
É certo que ele virá, e depois, você também virá aqui e fará uma poesia "Agora que o amor chegou", combinado?
Beijo
Dona Ervilha, combinadíssimo. Que venha o amor!
Enquanto o amor não vem...
Alimenta-se a fé nele pra que a mesma não desfaleça de inanição!rsrs
Bacana seu texto, cara! Certos anseios são fontes geradoras de verbos que saem do íntimo... e o amor certamente figura com talento entre os temas de profundidade simplista! Show!
Obrigado pela visita e pelas palavras, Tony.
ah, enquanto o amor não vem...eu esquento e acalmo o corpo com chá de erva-cidreira...já pensei em por anúncio no jornal e luminoso, tenho certeza que minha alma gêmea é muito distraída...O amor vem, espero há anos, mas como coloquei o coração em banho-maria segue quentinho e esperançoso.
Nádia, adorei a do banho-maria. Você é uma ótima sócia, pois dá dicas valiosas!
Sigamos na espera!
Bjs!
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